sexta-feira, 12 de abril de 2013

Oi Kabum capacita jovens na produção audiovisual

Por Milena Moreira


A Oi Kabum, Escola de Arte e Tecnologia localizada no Largo Terreiro de Jesus, Centro Histórico de Salvador, vem divergindo da lógica de educação voltada para o social. Ela oferta cursos na área de tecnologia audiovisual; como design gráfico, computação gráfica, vídeo e fotografia, desejando captar jovens de 16 aos 19 anos da rede pública de ensino e que sejam moradores de comunidades populares. Cada curso tem duração de um ano e meio, e as atividades são desenvolvidas por três pilares. Formação técnica; arte e tecnologia e comunicação digital.


Significativas mudanças no campo da cultura acontecem atualmente em nosso país, como a inserção de novos cursos de formação surgindo para sustentar este mercado cultural. A capacitação ajuda no fortalecimento do setor cultural, que no Brasil dá seus passos de forma pouco continuada. O projeto Oi Kabum tem como foco a formação de 350 jovens anualmente, em suas quatro unidades. Em 2010, o programa obteve o prêmio A Rede, na categoria Capacitação, da Modalidade Setor Privado. E em 2012, recebeu o prêmio “Construindo a Nação”, promovido pelo Instituto da Cidadania Brasil junto com a CNI-SESI, na categoria políticas públicas.


A premiação visa reconhecer iniciativas que estimulem as escolas públicas e privadas a desenvolverem projetos de ação que contemplem temas voltados à cidadania. Dessa forma é de muita valia podermos reconhecer o valor de iniciativas como estas, e que se tornem cada vez mais atuantes.







quinta-feira, 11 de abril de 2013

I Mostra de Samba de Roda de Saubara discute preservação e resgate cultural

Por Rafael Villanueva Teixeira

Saubara, cidade do Recôncavo baiano, recebeu a I Mostra de Samba de Roda de Saubara nos dias 22 e 23 de março. O evento recebeu manifestações culturais de matriz africana de algumas regiões do Brasil. A mostra proporcionou mesas de discussão, shows, oficinas e apresentações e evidenciou seu caráter agregador de manifestações culturais.  As que ali estavam representadas foram; O samba de roda do Recôncavo baiano, o carimbó do Pará, o tambor de crioula do Maranhão, e o jongo do Sudeste.
A presença desses grupos se deu pela semelhança entre suas práticas. O sentimento de pertencimento de grupo propiciou um debate interessante e enriquecedor entre os agentes culturais. No dia 23 de Março pela manhã, aconteceu uma mesa de discussão na Associação Cultural Ilê Axé Baba Okê e uma das falas que permearam o debate foram dos representantes do IPHAN. Foi discutida durante esta mesa uma das grandes diretrizes em destaque do instituto, a Salvaguarda, que vem reconhecendo práticas e memórias dos povos brasileiros.
Atualmente o instituto está catalogando as possíveis práticas que constituem o patrimônio imaterial brasileiro, mantendo assim uma política eficaz de preservação e resgate cultural, através dos “registros”, que diferem dos “tombamentos” a bens materiais. A união dos grupos de práticas semelhantes aumenta a força e indica o caminho a ser trilhado para conseguir tal registro. O samba de roda conquistou-o em 2004 e faz parte do livro de registros do IPHAN desde então.
É através da luta dos parceiros do samba de roda em conseguir o registro com o IPHAN, que percebe-se a vontade de determinados grupos de conquistarem o devido reconhecimento, e permanecerem como cultura ativa de uma sociedade cada vez mais esterilizada. É através de instâncias como o IPHAN que patrimônios culturais são valorizados, e tendem deixar a marginalidade a qual foram submetidos durante anos de repressão.
Os patrimônios culturais trazem em si parte da trajetória da sociedade brasileira, marcada por profundas chagas. Eles ajudam a superar, sem esquecer, injustiças feitas a etnias, grupos sociais ou minorias; garantindo por fim algumas das condições essenciais para a tão desejada harmonia social.
São eventos como este que tem como baluarte um simples sentimento tantas vezes não relacionado a patrimônios culturais, o respeito. Tal sentimento transforma o simples ato de receber, acolher e dar voz ao patamar de condição primária do trato com a cultura. E consequentemente, eleva seus praticantes à condição de mestres, visando incentivar não só os atuais praticantes, mas também os futuros, que ao se verem reconhecidos e valorizados, acabam por garantir o presente e o futuro de tais manifestações.
 

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