LUCIANA
SOUZA DOS SANTOS
Segunda
visita a Acupe
No dia 28 de junho de 2013, a turma do ACC -
Atividade Complementar em Comunidade – fez sua segunda visita ao distrito de
Acupe, Santo Amaro.
O dia foi destinado a entrevistas com três
moradores do local. O primeiro entrevistado foi o senhor Antônio, que nasceu em
Saubara, mas se mudou para Acupe há muitos anos atrás e por lá formou uma nova
família.
Seu Antônio é pescador e agricultor, pessoa
simples e de enorme dignidade. Não se sentiu acanhado em nenhum momento durante
a entrevista, muito pelo contrario, afirmou já ter participado de projetos como
o realizado pelo ACC em outras ocasiões.
Quando a entrevista com o seu Antônio acabou, a
turma se aventurou a subir no Morro do Cruzeiro, ponto mais alto de Acupe. Do
local é possível ver todo o distrito e também a cidade do Salvador. E foi no
Morro do Cruzeiro que aconteceu a entrevista com Dona Maria, uma mulher muito
atenta aos problemas sociais e políticos de Acupe.
Para Dona Maria, os problemas de Acupe só iram
melhorar a partir do momento que as pessoas adquiram consciência dos seus
direitos e começarem a lutare por eles. Ressaltou as dificuldades encontradas
nas áreas de educação e saúde. Mas a conversa não ficou só nesse ponto, Dona
Maria denunciou os abusos que as marisqueiras sofrem. Para ela, é necessário
que o sindicato que regulamenta essa profissão fiscalize e der a essas mulheres
subsídios necessários para exercer a função.
Em contra partida, o terceiro entrevistado teve
uma visão progressista de Acupe. Para Derivaldo, vulgo Gordão, o distrito é
rodeado de riquezas naturais que possibilitaria a implantação de grandes
empresas, que em um futuro próximo levaria o distrito de Acupe para outro
patamar. Possibilitando assim, a tão sonhada emancipação que transformaria o
distrito em um município independente.
A partir da segunda visita ao distrito de Acupe,
foi possível identificar através das entrevistas com os moradores as tristes
tradições das políticas culturais e sociais no Brasil. Traduzidas em três
palavras: ausência, autoritarismo, instabilidade (Rubim 2012).
Ausências de políticas, identificadas
principalmente na educação e saúde. No autoritarismo que visa através de uma
estrutura social elitista privilegiar certos segmentos, e as instabilidades que
podem ser traduzidas na falta de uma organização política mais permanente, os
projetos que se iniciam e logo são descontinuados, a exemplo do hospital de
Acupe e da subprefeitura.
O
distrito de Acupe ainda tem um grande caminho a seguir, é preciso paciência
para enfrentar os problemas que virão e pessoas como Doma Maria e Gordão que
acreditam no potencial do distrito.
Referencia
Bibliográfica
RUBIM, Antonio Albino Canelas; ROCHA Renata. Políticas Culturais. Salvador. EDUFBA,
2012.
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