sexta-feira, 2 de agosto de 2013


LUCIANA SOUZA DOS SANTOS

Segunda visita a Acupe

 

No dia 28 de junho de 2013, a turma do ACC - Atividade Complementar em Comunidade – fez sua segunda visita ao distrito de Acupe, Santo Amaro.

O dia foi destinado a entrevistas com três moradores do local. O primeiro entrevistado foi o senhor Antônio, que nasceu em Saubara, mas se mudou para Acupe há muitos anos atrás e por lá formou uma nova família.

Seu Antônio é pescador e agricultor, pessoa simples e de enorme dignidade. Não se sentiu acanhado em nenhum momento durante a entrevista, muito pelo contrario, afirmou já ter participado de projetos como o realizado pelo ACC em outras ocasiões.

Quando a entrevista com o seu Antônio acabou, a turma se aventurou a subir no Morro do Cruzeiro, ponto mais alto de Acupe. Do local é possível ver todo o distrito e também a cidade do Salvador. E foi no Morro do Cruzeiro que aconteceu a entrevista com Dona Maria, uma mulher muito atenta aos problemas sociais e políticos de Acupe.

Para Dona Maria, os problemas de Acupe só iram melhorar a partir do momento que as pessoas adquiram consciência dos seus direitos e começarem a lutare por eles. Ressaltou as dificuldades encontradas nas áreas de educação e saúde. Mas a conversa não ficou só nesse ponto, Dona Maria denunciou os abusos que as marisqueiras sofrem. Para ela, é necessário que o sindicato que regulamenta essa profissão fiscalize e der a essas mulheres subsídios necessários para exercer a função.

Em contra partida, o terceiro entrevistado teve uma visão progressista de Acupe. Para Derivaldo, vulgo Gordão, o distrito é rodeado de riquezas naturais que possibilitaria a implantação de grandes empresas, que em um futuro próximo levaria o distrito de Acupe para outro patamar. Possibilitando assim, a tão sonhada emancipação que transformaria o distrito em um município independente.

A partir da segunda visita ao distrito de Acupe, foi possível identificar através das entrevistas com os moradores as tristes tradições das políticas culturais e sociais no Brasil. Traduzidas em três palavras: ausência, autoritarismo, instabilidade (Rubim 2012).

Ausências de políticas, identificadas principalmente na educação e saúde. No autoritarismo que visa através de uma estrutura social elitista privilegiar certos segmentos, e as instabilidades que podem ser traduzidas na falta de uma organização política mais permanente, os projetos que se iniciam e logo são descontinuados, a exemplo do hospital de Acupe e da subprefeitura.   

O distrito de Acupe ainda tem um grande caminho a seguir, é preciso paciência para enfrentar os problemas que virão e pessoas como Doma Maria e Gordão que acreditam no potencial do distrito.

 

 

Referencia Bibliográfica

 RUBIM, Antonio Albino Canelas; ROCHA Renata. Políticas Culturais. Salvador. EDUFBA, 2012.

 

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